sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Eu assisti: Lucy

Scarlett Johansson em filmes de ação não chega a ser uma novidade, mas com certeza é em Lucy, produção francesa do diretor Luc Besson (O Quinto Elemento), que a atriz consegue mesclar excelentes momentos de interpretação dramática com cenas certeiras de ação capazes de convencer o espectador de que é uma ótima opção também para filmes comerciais.



Lucy é ambientado em um mundo que é conduzido pela máfia, gangues de rua, viciados em drogas e policiais corruptos. Lucy, uma mulher que vive em TaipéTaiwan, é obrigada a trabalhar como uma mula de drogas para a máfia. A droga implantada em seu corpo vaza inadvertidamente em seu sistema, alterando-a para uma capacidade cerebral sobre-humana de acesso muito maior do que o normal de 10%. Ela pode absorver conhecimento instantaneamente, é capaz de mover objetos com a mente, e não pode sentir dor e outros desconfortos.

Morgan Freeman, como sempre, empresta sua sinceridade cênica ao interpretar um professor especialista que, num primeiro momento, discursa sobre o processo evolutivo para uma platéia (que apesar de ser concreta, também pode ser entendida como o próprio público) e, num segundo instante, assume um papel mais decisivo para os desdobramentos da trama. 

O longa poderia cair no clichê e transformar a personagem título em alguém que, assumindo seus "poderes", tentasse imprimir um caráter vilanesco, utilizando os mesmos para dominação dos demais e interesses pessoais. Entretanto, e pra mim este é o maior acerto do filme, o diretor decidiu que este não seria um simples roteiro de ação, mas um filme de um ser humano aprendendo a lidar com sua nova condição e, em paralelo, entendendo os processos evolutivo e psíquico. Uma vez ultrapassada as barreiras dos 10% de desenvolvimento mental, todas as leis (matemática, física e etc) que conhecemos hoje são postas em xeque, pois foram formuladas de acordo com aquilo que possuímos de desenvolvimento do intelecto. Portanto, circunscritas na própria limitação humana.

Com referências incríveis, incluindo o quadro A CRIAÇÃO DE ADÃO, de Michelangelo, e uma série de imagens da vida selvagem que dialogam perfeitamente com as situações vividas no arco principal da trama, Lucy conta com belos planos que além de inteligentes em estética também apresentam uma funcionalidade primordial para a montagem do filme. Ponto para Luc Besson que apresenta uma obra inteligente e dinâmica e para Scarlett Johansson que se firma como uma atriz versátil e competente.








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