O ar preso na boca escapa através do bocejo. Uma, duas... três vezes. 06:40 hs, hora de acordar. O despertador, presente que seus tios trouxeram de Londres, toca incessantemente uma melodia dos Beatles. Os olhos lutam contra a luminosidade que insiste em ultrapassar a cortina de cílios. As pernas, ainda sob o efeito da anestésica noite de sono, entrelaçam-se repetidas vezes, até que haja um retorno físico para os sinais enviados pelo cérebro..
"Preciso levantar!" - pensou Sarah. Mas a necessidade não é suficiente para que o desejo se execute. É preciso mais. É preciso combustível. A noite anterior havia sido tão diferente, tão prazerosamente incomum. Iniciar um novo dia, além de torturante, chegava a ser um pecado.
Sarah lembra das horas que passou acordada. Da troca de olhares, dos gestos de carinho, da beleza presente naqueles momentos. Por segundos, pôde voltar a sentir o gosto dos beijos de Pedro em sua boca. E dentro dela tinha a certeza de que onde quer que ele estivesse, suas mentes permaneciam em sintonia.


2 comentários:
Gostei muito do seu texto!
Vc devia reunir seus contos "maravilhosos" e publicar um livro.
Tenho certeza que seria um sucesso. Seus textos são do tipo que eu leio, gosto, leio mais e gosto mais ainda!
AMO!
Marlon.. que maravilha de texto.
Vc está se superando a cada dia que passa.
Parabéns mesmo!
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